13 | 11 | 2023

Presidente Prudente recebe exposição sobre Rubens Borba de Moraes

Modernista e revolucionário, bibliotecário é precursor da Biblioteconomia no Brasil e um grande incentivador da leitura e da cultura, com ações reconhecidas pela ONU

 

Da Assessoria de Imprensa FCT Unesp Presidente Prudente

Depois de passar pelas principais galerias de arte nos centros culturais mais importantes do Brasil, a exposição itinerante “Rubens Borba de Moraes: um protagonista invisível” será lançada em Presidente Prudente na próxima sexta-feira (10), às 18h, no Centro Cultural Matarazzo.

 

A mostra está sendo organizada na cidade pela FCT Unesp em parceria com a secretaria municipal de Cultura. A exposição é uma realização da Coordenadoria Geral de Bibliotecas (CGB) da Unesp, promovida pela Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura (Proec) e a Fundação para o Desenvolvimento da Unesp (Fundunesp). A curadoria é de Silvana da Silva Antonio Arduini e Nicholas Simão Betoni.

 

São aproximadamente 115 m² para abrigar as sete seções, com textos, fotografias, áudio e vídeo, que contam a trajetória do bibliotecário, modernista, historiador, editor, diretor de biblioteca, revolucionário e intelectual. Visitando a exposição, é possível explorar os principais acontecimentos culturais, sociais e políticos brasileiros dos anos 20 até os anos 60, desde a Semana de Arte Moderna de 1922, passando pela inauguração da importante Biblioteca Mário de Andrade e pela Revolução de 1932.

 

Segundo Micheli Oshima, diretora da Biblioteca da FCT, “a exposição busca não apenas homenagear a contribuição de Rubens para o mundo bibliotecário e da cultura no Brasil, mas também pretende transmitir aos nossos estudantes, comunidade acadêmica e também da região de Presidente Prudente, a importância e o legado de sua vasta coleção de obras raras e preciosas”.

Em abril, a CGB proporcionou uma imersão cultural para os funcionários das unidades das bibliotecas, em que mais de 140 servidores estiveram presentes. Representando a Biblioteca da FCT, participaram Regina Lucas e Silvana Silgueiro.

 

Para a supervisora técnica da Seção de Referência, Atendimento ao Usuário e Documentação (Straud), Regina Lucas, “ter acesso a esse tipo de exposição é muito importante. É através dela que pude conhecer a trajetória e memória de uma pessoa que trabalhou nos bastidores da Semana de Arte Moderna de 22, que foi um divisor de águas na cultura brasileira”.

 

Em São Paulo, a exposição passou pela Oficina Cultural Oswald de Andrade e pela Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, da USP. Nas unidades da Unesp, a mostra percorreu Marília, Assis e Araraquara.


História

Rubens Borba de Moraes é um modernista, bibliotecário, bibliófilo e bibliógrafo. Em parceria com diversas instituições que preservam documentos relacionados à atuação profissional e à vida de Rubens Borba de Moraes e seus interlocutores, o foco da exposição foi de reunir documentos que permitam percorrer diferentes momentos da vida de Rubens, e observar os entrecruzamentos de sua trajetória com momentos cruciais para o desenvolvimento cultural no Brasil, a partir da década de 1920, em que um dos marcos é a Semana de Arte de 22.

 

Os desdobramentos do movimento modernista possibilitaram não só a quebra de paradigmas literários e artísticos, com a publicação de revistas e livros, mas também a implantação de políticas públicas culturais, como a criação da Divisão de Bibliotecas do Departamento de Cultura na cidade de São Paulo. Rubens foi um dos precursores em pensar a biblioteca como instituição cultural a serviço da formação de uma nação brasileira.

 

A partir da década de 1930, dentre as bandeiras levantadas pelo modernista estão: a profissionalização do bibliotecário, a criação de um sistema de bibliotecas, a promoção de catálogos de bibliotecas cooperativos, a criação da primeira Associação de Bibliotecários (APB), a criação de um Conselho Bibliotecário que agregava bibliotecários e profissionais da educação, a elaboração de projetos de biblioteca específicos para bairros operários, a concepção de biblioteca infantil na qual o protagonismo da criança deveria ordenar as ações da biblioteca, a criação de bibliotecas ambulantes em praças públicas, a colocação da memória cultural nacional no centro do projeto de desenvolvimento do país.

 

Além disso, ele levou as ideias modernistas de biblioteca à Biblioteca Nacional (1943-1948), à Organização das Nações Unidas (1948-1958) e à Universidade de Brasília (1964), onde atuou como bibliotecário e professor.


Serviço

A exposição “Rubens Borba de Moraes: um protagonista invisível” ficará aberta de segunda a sábado, das 8h30 às 22h e aos domingos e feriados, das 16h às 22h. A mostra vai até o dia 23 de janeiro de 2024, na Galeria Takeo Sawada, no Centro Cultural Matarazzo.

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